
Tautocronia Entrevista: Direto de Curitiba, Bene da banda Barra Pesada, solta o verbo
Chumbo grosso sonoro direto de Curitiba no programa mais anárquico da Rádio Putzgrila e Rádio Interessante!
O QUE É O TAUTOCRONIA?
Sintonize a Rádio Putzgrila ou a Rádio Interessante nas noites de sexta e prepare-se para o Tautocronia! Comandado pela trinca Patrícia Shaki, Márcio Dias e Tio Beiço, o programa é aquela mistura maluca de música independente, bate-papo sem filtro, quadros nonsense (alô, horóscopo astrofalso!) e entrevistas com a galera que faz o rock acontecer de verdade. É o ponto de encontro da sonzeira que não toca no rádio comercial.
QUEM É O ENTREVISTADO?
Direto de Curitiba (PR), Benê é a guitarra e voz por trás do Barra Pesada. Com quase 20 anos de estrada, a banda, formada também por seu irmão Leandro Suba (baixo) e o parceiro de longa data Fernando “Negran” (bateria), manda um stoner metal autêntico, cheio de peso, influências dos anos 70 e quebradas rítmicas que fogem do óbvio. Com o álbum “Chumbo Grosso” na bagagem e muita lenha pra queimar nos palcos, Benê representa a resistência do som autoral paranaense.
SHAKI NA ATIVA!
A noite no Tautocronia já rolava solta entre papos sobre Ayrton Senna, a idade chegando e o núcleo da Terra (!), quando Patrícia Chaqu(e) chamou a atração principal: Benê, do Barra Pesada. O guitarrista, que acompanhava o programa como um “youtuber user” anônimo, entrou no ar esbanjando simpatia e pronto pra trocar uma ideia.
Patrícia Shaki: Com essa história toda aí de quase 20 anos, conta um pouquinho dessa trajetória de tanto tempo de estrada.
Benê: Primeiro, valeu pelo convite! Tô felizão aqui. O Barra é uma reunião de amigos. O Leandro (Suba) é meu irmão de sangue, e o Negran (batera) era meu roadie, a gente se conhece há uns 35 anos! Começamos a tocar juntos antes dos ensaios das minhas outras bandas. Eu sentia necessidade de compor, então pegava a guitarra emprestada, ele sentava na minha batera, e a gente fazia um som. Quando o pessoal chegava, a gente voltava pro lugar (risos). O Barra começou assim, eu migrando da bateria pra guitarra pra garantir que a minha música não acabasse por causa dos outros, sabe? É um corte na alma quando um projeto seu é desligado por terceiros.
Patrícia Shaki: Você tem músicas em português e em inglês, né, moldadas para encontrar a melhor sonoridade. Conta um pouco sobre esse processo criativo voltado ao peso da bateria e ao peso do baixo para vocês.
Benê: Olha, sendo honesto, acho difícil cantar rock pesado em português e soar natural. Algumas músicas nossas, como “Nero” ou “Always” (que é em português apesar do nome), funcionaram. Mas não quis seguir um padrão. Algumas nasceram em português, outras eu pensei “cara, vai ficar horrível, vamos fazer em inglês”. Tem umas misturadas, e outras que nem letra têm, só a melodia vocal, tipo um “embromation”. Não ligo pra crítica sobre isso. O importante é a melodia definida. No Barra, não tem solo de guitarra naquela estrutura pop. A banda caminha junta. Como baterista, sempre vi a necessidade de dar intervalo, silêncio. Isso funciona pra todo mundo, pro baixo, pro vocal, pra guitarra. Nossas músicas usam tempos ímpares nessas partes, criando frases rítmicas, às vezes com dinâmica gruvada, às vezes cantadas mesmo. Eu ensinava o Fernando a cantar as quebradas pra decorar, não contar.
Patrícia Shaki: E o que fez vocês ainda não gravarem mais músicas pra pesar em nossos ouvidos aqui? As que vocês não gravaram ainda são tocadas nos shows? Como é a repercussão disso?
Benê: Sim, todas são tocadas! O Barra é uma banda ao vivo, funciona muito no palco. A gente tem um pouco de dificuldade de ir pro estúdio por causa de agenda. O baixista trabalha muito, família, o Fernando tem a rotina dele… A gente meio que relaxa. Mas eu adoro ensaiar, tenho a mesma vibração do show. O ensaio é o dia de receber os amigos em casa. A banda funciona porque não fico forçando o outro a ser o que não pode naquele momento. A gente gostaria de gravar mais, tenho intenção de gravar umas oito inéditas este ano, mas não é algo pra daqui dois meses, sabe? Mas as músicas são fortes, e a Patrícia viu no show que a galera curte!
(Após essa pergunta, a banda teve a música/clipe “Sed”, gravada na Tenda, exibida no programa)
Patrícia Shaki: O cenário do underground em Curitiba é propício e fortalecido assim ao movimento independente? Na concepção de vocês, como a banda se manteve viva e ativa por tanto tempo?
Benê: Curitiba é uma cidade rock, mas acho cruel dizer que é a única ou a maior. Tem cena forte em vários lugares. Mas Curitiba tem um senso underground diferente. O movimento psychobilly, por exemplo, meio que abafou o carnaval de samba aqui. Hoje, o carnaval curitibano é muito rocker, com Psycho Carnival, Zombie Walk, vários eventos. Tem uma cena punk forte, organizada. Lugares como o 92 Graus, do JR, são clássicos, 40 anos de bar sem se vender, um celeiro acolhedor. A Tenda, onde gravamos o clipe de “Sed”, é outro exemplo, gravam bandas de graça pra promover o som autoral. Tem muita gente engajada, fazendo fanzines, selos como o Trajano Records… Pessoas mais revolucionárias que capitalistas, que insistem em imprimir quem são no universo, mesmo cantando “mal” ou com a guitarra desafinada. Eu respeito muito isso.
PIADAS TOSCAS DA SHAKI
Chegou a hora das famosas perguntas nonsense de Patrícia Chaqu(e), onde a única regra é se divertir (e sobreviver). Confira as escolhas do Benê:
1. Qual a melhor receita para saborear o lixo?
a) Se contentar, entrar com molhos de carrinhos de lanche de rua cercados de moscas.
b) Associar com um ovo pochê.
c) Enrolar tudo no papel carbono e fingir que é um temaki.
Resposta do Benê: c) Enrolar tudo no papel carbono e fingir que é um temaki.
2. Se uma pessoa tivesse que ter uma fama, qual dessas seria?
a) De Sede.
b) De Med.
c) De Bed.
Resposta do Benê: a) De Sede.
3. Nero colocou fogo em Roma, já a Barra Pesada…
a) Incendeia a plateia.
b) Derrete as tietes de prazer.
c) Faz um som incandescente.
Resposta do Benê: c) Faz um som incandescente.
4. O que é um verdadeiro Chumbo Grosso?
a) Aquele usado nos pratos do baterista para não os quebrar.
b) O que o público vai levar na orelha se não for no show.
c) O mínimo de espessura desse metal necessária para proteger os ouvidos da radiação sonora do Barra Pesada.
Resposta do Benê: a) e c) (Ele escolheu as duas!)
5. Quanto pesa a Barra Pesada?
a) O inverso da barra leve.
b) Depende da unidade de medida.
c) O mesmo que uma onda sonora gigante de muita sonzeira batendo nos seus ouvidos diretamente.
Resposta do Benê: b) Depende da unidade de medida.
Assista à Entrevista Completa
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo:
Serviço
📻 Programa: Tautocronia
📡 Transmissão: Rádio Interessante, canal do YouTube do Coletivo Rock na Ativa e Rádio Putzgrila.
📅 Dia e Horário: Toda sexta-feira, a partir das 22:15h.
🌐 Site: Tautocronia Rock na Ativa
📲 Redes sociais: Procurem por “Tautocronia Rock na Ativa” no YouTube, Facebook e Instagram.
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🎵 Spotify: Barra Pesada
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